• 06 de Dezembro de de 2025
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Reunião em Barros Cassal conscientiza população sobre abandono de animais e importância da castração

Reunião em Barros Cassal conscientiza população sobre abandono de animais e importância da castração

Reunião em Barros Cassal conscientiza população sobre abandono de animais e importância da castração
Um problema recorrente em Barros Cassal ganhou destaque na Escola Municipal de Ensino Fundamental Gonçalves Dias, na Linha Ceccon: a invasão de cães ao colégio, atraídos por sobras de merenda e multiplicados por falta de controle populacional. O que começou com poucos animais soltos pela vizinhança evoluiu para uma situação caótica, com cães invadindo salas, quase abrindo freezers e causando prejuízos.
 Para enfrentar o desafio, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente organizou, no dia 30 de setembro de 2025, uma reunião de conscientização sobre abandono de animais, maus-tratos e a castração como solução sustentável. A iniciativa, que reuniu autoridades, profissionais de saúde e voluntários, enfatizou que a responsabilidade é coletiva e que a prefeitura não tem estrutura para “remover o problema” de imediato.
O Problema que invadiu a escola  - Tudo começou de forma “natural”, como descreve Giseli Leite dos Santos, médica veterinária da prefeitura. “A gente tem o costume de não fechar os cachorros no interior”, explica Misael Draghetti Ferrari secretário do Meio Ambiente, em depoimento à reportagem. Os animais, soltos pelas ruas, foram atraídos pelas sobras de comida na cozinha da escola. “As merendeiras começaram a tratar os cachorros. Tu sabes como é que é o cachorro, né? O cachorro vem e vai procurar onde tem comida”, ponderou Misael.
O cenário piorou rapidamente: uma ou duas cadelas no cio atraíram machos da redondeza, transformando cinco cães em cerca de 20 em poucos dias. Sem cercas adequadas o colégio é aberto na parte de trás, os animais invadiram salas de aula e a despensa de merenda. “Até a funcionária falou pra nós lá que no dia da reunião o cachorro quase abriu os freezer pra comer”, conta Misael. Segundo relatos das merendeiras e da comunidade, apenas seis cães eram verdadeiramente eram sem donos; o restante pertencia a moradores vizinhos, que se comprometeram a mantê-los em casa após a mobilização.
A situação gerou alertas para a saúde pública 
O agente epidemiológico Vagner da Silva, da Secretaria de Saúde, alertou sobre zoonoses como raiva e leptospirose, transmitidas por cães famintos e desassistidos. “Os bichos não têm culpa. É o instinto deles”, reforçou o delegado Felipe, da Polícia Civil, destacando as penalidades criminais por abandono e maus-tratos.
Reunião une autoridades e comunidade em busca de soluções - Convocada para todos os pais, mas apenas alguns pais compareceram, no entanto, foi bem participada por estudantes e professores, que interagiram ativamente. Palestrantes como Misael Draghetti Ferrari, delegado Felipe Cavalcanti, Carina Stahl (do Projeto Tampinhas), e Giseli Leite dos Santos(veterinária) Vagner da Silva (Saúde/Endemias) e Marley Zago(Educação) abordaram desde aspectos legais até práticos. O delegado Felipe explicou o amparo legal: “O crime de abandono e maus-tratos é previsto na lei, com penas que vão de detenção a multa”. Giseli complementou sobre a responsabilidade dos tutores: “Todo o ato do seu cão, o responsável é o dono. Tem que ter esse cuidado”.
Uma pergunta recorrente, feita por pais e professores, foi: “O que fazer quando ver alguém abandonando ou maltratando um animal?” A resposta unânime: denunciar à polícia ou ao Meio Ambiente, mas priorizar a prevenção.
O ponto alto foi a proposta do Projeto Tampinhas, iniciativa social sem fins lucrativos que promove castrações gratuitas para animais de rua, financiadas por doações. “A gente não é uma ONG, a gente é um projeto social. Não temos recurso público, só da população que nos ajuda via doações, venda de recicláveis e bazares”, esclarece Giseli. Diante do caso da escola, o grupo ofereceu castração para os seis cães vadios, condicionada à adoção e ao pós-operatório especialmente para as fêmeas, que precisam esperar o fim do cio. “Ficou bem claro que nem a prefeitura, nem o Projeto Tampinhas, nem a delegacia recolhe animais.
A gente quer ajudar de uma forma ou de outra”, diz ela. Dois ou três moradores já manifestaram interesse em adotar, reduzindo o número para quatro animais remanescentes. Cartazes foram afixados na comunidade, e a ideia de estender a campanha a outras escolas foi cogitada, com apoio da Polícia Civil e do Meio Ambiente.
Castração: A chave para o controle populacional e bem-estar 
A veterinária Giseli enfatizou os benefícios da castração, ferramenta central da reunião: Controle populacional: Evita ninhadas indesejadas e superpopulação de rua.
Saúde animal: Reduz riscos de câncer de mama, próstata e tumores reprodutivos, além de zoonoses transmitidas a humanos.
Comportamento: Diminui fugas, brigas e comportamentos agressivos.
Longevidade: Contribui para uma vida mais saudável e feliz.
“Enfim, a castração além de evitar a superpopulação de animais, protege não apenas a saúde pública, mas também do meio ambiente, minimizando os impactos negativos causados por animais abandonados e crias indesejadas”, conclui Giseli.
O Projeto Tampinhas já castrou 114 animais desde sua criação: 20 em 2022, 39 em 2023, 30 em 2024 e 25 até outubro de 2025. A iniciativa planeja expandir para o interior, facilitando adoções na região.
Um chamado à ação coletiva 
Misael agradece a todos os envolvidos: “Agradeço ao delegado Felipe por abraçar essa causa, à escola, alunos, pais e professores”. Casos semelhantes já foram reportados em localidades como Duas Léguas e na área urbana, onde cadelas no cio atraem matilhas.
Para contribuir com o Projeto Tampinhas e ajudar na castração de animais como os da escola:
PIX: projetotampinhas@yahoo.com
Recicláveis: Tampinhas de rosca, refis de desodorante e latinhas.
Doações: Roupas para bazares (3 a 4 por ano).
A  mensagem final é clara: “A responsabilidade não é minha, não é tua e não é deles. A responsabilidade é de todos nós”, resume Giseli. Em Barros Cassal, o primeiro passo foi dado agora, cabe à comunidade fechar os portões e abrir os corações para soluções duradouras.

 

Sofia

 

Sofia

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