Agricultor de Barros Cassal pede visibilidade para o agronegócio
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Ele participa de protesto em Tio Hugo após emocionante e realista discurso na Câmara de Vereadores de Barros Cassal
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O agricultor Virgílio de Souza da Silva, morador da comunidade de Sítio Alegre, que produz milho e soja, esteve hoje, dia 13 de maio de 2025 nas manifestações dos agricultores em Tio Hugo, somando sua voz ao coro de produtores rurais que exigem medidas urgentes para salvar o agronegócio gaúcho da crise. Sua participação ocorre um dia após um discurso impactante na Câmara de Vereadores de Barros Cassal, onde alertou para o colapso financeiro que ameaça milhares de famílias do campo.
O desabafo na Câmara
Na sessão da Câmara, do dia 12 de maio, em uso da tribuna livre, Virgílio relatou os cinco anos de calamidade no Rio Grande do Sul: quatro anos de estiagem seguidos por enchentes que arrasaram lavouras de soja prontas para colheita. "Não é só clima. É o custo dos insumos, o preço das commodities caindo e bancos cobrando dívidas que ninguém consegue pagar", declarou.
Dados apresentados por ele mostram que, dos 400 mil produtores gaúchos, mais de 202 mil estão com dívidas impagáveis. "A mídia fala do agro como se fossem só grandes empresários, mas 95% somos pequenos e médios, há anos no vermelho", esclareceu.
O PL 320/340: a esperança do campo
Virgílio cobrou a aprovação do Projeto de Lei 320/340, que propõe: repactuação de dívidas em 20 anos, juros limitados a 4% ao ano e 2 anos de carência.
Sem isso, ele alerta que até metade dos produtores pode abandonar a próxima safra. "O endividamento já passa de R$72 bilhões só nos bancos. Se somarmos cooperativas e fornecedores, é 50% pior", explicou.
Crise humanitária no campo
O agricultor citou consequências dramáticas: cooperativas judicializando dívidas, famílias perdendo terras e maquinários, e 14 suicídios no estado ligados à pressão financeira. "O gaúcho tem orgulho, mas não dá mais para segurar sozinho", desabafou.
Protestos em Tio Hugo
Hoje, Virgílio uniu-se com outros produtores rurais de Barros Cassal, o Elemar Pícoli, Rodrigo, Alexandre, Marcelo Vian e Rutiane, a outras dezenas de agricultores em Tio Hugo, onde tratores e faixas pediam ação imediata do governo. "Se o campo não planta, a cidade janta, mas paga mais caro", repetiu, ecoando a frase que marcou seu discurso na Câmara.
Chamado à ação
Ele encerrou convocando a sociedade a pressionar deputados e senadores: "Isso não é luta partidária. É pelo Rio Grande do Sul". A Câmara de Barros Cassal já aprovou moção de apoio, e ofícios serão enviados a Brasília.
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