Agricultores e lideranças de Barros Cassal intensificam luta pela securitização das dívidas rurais
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Mobilização em Tio Hugo, pressão em Brasília e aprovação no Senado reforçam urgência de medidas para salvar a agricultura familiar do RS
A crise no campo gaúcho tem levado produtores rurais e autoridades a uma mobilização sem precedentes em busca de soluções para o endividamento que ameaça a sobrevivência da agricultura familiar. Na última sexta-feira (16 de maio de 2025), lideranças de Barros Cassal participaram do ato “A securitização é uma necessidade”, realizado em Tio Hugo (RS), somando-se a um coro de prefeitos, vereadores e agricultores que exigem do Governo Federal a aprovação de medidas emergenciais.
Enquanto isso, o prefeito Joviano Zago seguiu para Brasília, onde se reuniu com a Bancada Gaúcha para pressionar pela pauta. Paralelamente, um projeto de lei que prevê a securitização das dívidas rurais avançou no Senado, trazendo um fio de esperança para os produtores.
Barros Cassal na linha de frente da mobilização
A comitiva do município foi representada por produtores rurais, pelo prefeito Joviano Zago, o vice-prefeito Zaimar Claudiano da Costa, a vereadora Aparecida e o vereador Dário, que também é agricultor. Eles destacaram os graves prejuízos causados por eventos climáticos extremos como secas prolongadas e excesso de chuvas e a necessidade urgente de renegociação das dívidas.
Vice-prefeito Zaimar Claudiano: “Sem securitização, a agricultura para”. Zaimar Claudiano foi enfático ao descrever a situação crítica dos produtores: “Nossa colônia está endividada, tentando negociar para não parar de trabalhar. Não queremos nada de graça, apenas condições justas. Se a agricultura parar, faltará alimento no país”. Ele ainda revelou que os prejuízos em Barros Cassal ultrapassam 40% da produção, um golpe devastador para um município de economia essencialmente agrícola.
Vereadora Aparecida: “É hora de cobrar ações imediatas”. A vereadora, conhecida por sua atuação em defesa do campo, destacou o caráter urgente da pauta: “Levei uma mensagem de apoio, mas também de cobrança. Os agricultores não podem mais esperar. Precisamos de securitização, crédito acessível e políticas públicas que garantam a continuidade da produção”.
Vereador Dario: “Sou agricultor e sei o que estamos passando”.
Dário, que vive na prática os desafios do campo, compartilhou sua experiência: “Hoje, 30 a 40% dos produtores de Barros Cassal não têm mais condições de plantar. A securitização, com 20 anos de prazo, 3 anos de carência e juros baixos, é a única saída para não fecharmos as porteiras”.
Ele ainda deixou uma mensagem de resistência: “Não vamos desistir. Com união e trabalho, vamos superar”.
Prefeito Joviano Zago também esteve em Brasília - A mobilização em Tio Hugo foi apenas uma das frentes de atuação. Nos dias seguintes, o prefeito Joviano Zago também foi a Brasília, onde participou de uma reunião com a Bancada Gaúcha na Câmara dos Deputados. Em suas redes sociais, ele destacou a importância de discutir diretamente com os parlamentares temas urgentes, como a securitização das dívidas: “A securitização da dívida dos produtores rurais é um assunto que vem tirando o sono e causando grande incerteza não apenas nessa classe, mas em toda a cadeia produtiva e econômica das cidades”, afirmou.
Projeto de securitização avança no Senado
Nesta semana, a Comissão de Agricultura (CRA) do Senado aprovou o Projeto de Lei 320/2025, de autoria do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que permite a securitização das dívidas dos produtores rurais afetados por tragédias climáticas. A proposta recebeu parecer favorável do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e foi aprovada em votação simbólica.
A medida permitirá que os produtores utilizem suas dívidas como um produto financeiro, o que possibilita a antecipação de recursos para continuar investindo no campo, mesmo diante das adversidades.
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