A jornada de Juliana Carvalho, a taxista que faz parte da movimentação de Barros Cassal, com coragem e paixão!
Em 25 de julho, celebra-se o Dia do Colono e Motorista, uma data dedicada aos profissionais que, com dedicação e responsabilidade, conectam pessoas, transportam sonhos e fazem a economia girar.
Em Barros Cassal, Juliana Carvalho, de 48 anos, é um exemplo inspirador dessa profissão. Há 30 anos ao volante, ela transformou sua paixão por dirigir em uma missão de servir à comunidade, enfrentando desafios e quebrando barreiras como mulher em um meio ainda predominantemente masculino.
O Início de uma paixão infantil
A história de Juliana com a direção começou na infância, aos 8 anos, quando o ronco do caminhão de Tio Mauro, motorista local, fazia seu coração disparar. “Eu ouvia aquele barulho e saía correndo. Limpava o caminhão dele e, em troca, ele me dava uma volta na quadra. Para mim, era a melhor coisa do mundo”, relembra com entusiasmo.
Essa conexão com os veículos pesados plantou a semente de um sonho que a levou ao volante, inicialmente como taxista, motivada tanto pela paixão quanto pela necessidade financeira. “Eu adoro dirigir e interagir com as pessoas. É o que me move”, conta.
Ser mulher taxista: respeito conquistado nas ruas
”Nunca sofri preconceito. As pessoas me respeitam muito”, afirma com orgulho. Sua postura profissional e carisma natural transformaram qualquer desconfiança inicial em admiração, ecoando histórias de outras motoristas que, com profissionalismo, superaram barreiras de gênero.
A rotina de uma taxista em Barros Cassal
O dia a dia de Juliana é marcado pela correria, especialmente nos períodos de maior movimento, entre os dias 5 e 28 de cada mês, quando o pagamento dos salários aquece a demanda por táxis. “É muito movimento, principalmente com o pessoal do interior”, explica.
Os destinos mais solicitados são variados, mas incluem frequentemente viagens para o centro da cidade e deslocamentos para atendimentos médicos, muitas vezes em situações emergenciais. A rotina exige paciência e disposição, já que Juliana lida com a imprevisibilidade do interior, onde estradas de terra e condições adversas são comuns.
Uma história que marca: O poder de servir
Entre tantas histórias vividas ao volante, uma marcou profundamente Juliana. Durante um temporal, ela enfrentou estradas difíceis para levar uma senhora ao hospital. “Quando cheguei, ela se despediu de mim. Senti que era uma despedida final. Ao voltar, soube que ela faleceu logo após entrar no hospital. Isso me marcou muito”, relata com emoção.
Essa experiência reforça o impacto de sua profissão, que vai além do transporte: é sobre cuidar e estar presente nos momentos mais críticos.
Desafios do interior e condições das estradas
Dirigir em uma cidade como Barros Cassal apresenta desafios únicos. As estradas, muitas vezes malconservadas, são um obstáculo constante. “Pecam demais. Muito pneu furado, muita coisa quebrada”, desabafa Juliana. Especialmente em viagens noturnas ou para áreas isoladas, que ela evita, só em casos extremos, como emergências médicas. “É complicado, mas a gente lida porque é costume”, diz, com a resiliência típica de quem vive na estrada.
O significado do dia do motorista
Para Juliana, o Dia do Motorista é mais do que uma data comemorativa: é a celebração de um sonho realizado. “Sempre quis ser motorista. Deus foi generoso comigo, me deu meu caminhão. Posso ficar sem tudo, mas meu caminhão eu não dou para ninguém”, diz com brilho nos olhos.
Uma mensagem de coragem para as mulheres
Juliana deixa um recado poderoso para mulheres que sonham em entrar na profissão: “Tenham coragem e não tenham medo. As mulheres estão dominando. Somos tão capazes quanto os homens”. Ela cita com admiração as mulheres que dirigem tratores em Barros Cassal, enxergando nelas a mesma determinação que a move.
”Dirigir um trator é até mais perigoso que uma carreta, e elas fazem isso com maestria. É lindo ver uma mulher dirigindo”, afirma, sonhando até em tirar a carteira para dirigir carretas no futuro.
Orgulho de Servir
O que mais orgulha Juliana é a oportunidade de ajudar. “Não é pelo dinheiro, mas por servir as pessoas. Sempre disse que, se não pudesse ajudar o próximo, que Deus tirasse tudo de mim. E Ele só me deu mais”, reflete. Sua história é um testemunho de dedicação, resiliência e amor pela profissão, mostrando que ser taxista em Barros Cassal é mais do que dirigir: é carregar vidas, histórias e esperanças.
Neste Dia do Motorista, Juliana Carvalho representa os milhares de profissionais que, com coragem e paixão, fazem o Brasil girar. Que sua jornada inspire outras mulheres a pegarem o volante e seguirem seus sonhos, sem medo, rumo a novos horizontes.
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