A Chama que Une, ilumina valores de paz, patriotismo e tradição
O fogo, símbolo ancestral de purificação, transformação e energia vital, atravessa gerações e culturas, carregando significados profundos. Em Barros Cassal, as chamas da Tocha Olímpica, do Fogo Simbólico da Pátria e da Chama Crioula conectam histórias de união, patriotismo e identidade gaúcha.
Durante o segundo ciclo de palestras da professora Ilse Faller nas EMEFs municipais, realizado em agosto, esses símbolos foram destacados como pilares de valores cívicos e culturais, inspirando a comunidade a refletir sobre sua história e legado.
Tocha Olímpica: um símbolo de paz e amizade - A tradição da Tocha Olímpica remonta à Grécia Antiga, onde o fogo era mantido aceso durante os jogos em homenagem aos deuses, simbolizando proteção divina. Nos Jogos Olímpicos modernos, a chama foi reintroduzida em 1928, em Amsterdã, e o revezamento da tocha começou em 1936, em Berlim, conectando o passado ao presente.
O percurso da tocha, que atravessa cidades e países, carrega a mensagem de paz, amizade e cooperação entre povos, promovendo o espírito olímpico de união e participação global.
Fogo Simbólico da Pátria: O Ardor Cívico Brasileiro Inspirado pela Tocha Olímpica, o Fogo Simbólico da Pátria nasceu em 1937, no Rio Grande do Sul, após uma delegação gaúcha presenciar os Jogos de Berlim. No dia 31 de agosto daquele ano, a primeira corrida do Fogo Simbólico saiu de Viamão às 21h, chegando à Pira da Pátria, em Porto Alegre, à meia-noite de 1º de setembro. O percurso de 26 km foi realizado por atletas, os “mensageiros do Fogo Simbólico”, em revezamento.
O objetivo, segundo os idealizadores, era “congregar os sentimentos patrióticos dos brasileiros de todas as classes”, promovendo a educação cívica, o amor à justiça e o culto ao patriotismo. Reacendido anualmente durante a Semana da Pátria, o Fogo Simbólico percorre cidades e estados, culminando nas celebrações da Independência do Brasil, em 7 de setembro, como um lembrete da luta pela liberdade e da união nacional.
Chama Crioula: a alma gaúcha em chamas - No dia 7 de setembro de 1947, quando o Fogo Simbólico da Pátria se apagava, um marco histórico foi criado no Rio Grande do Sul. João Carlos Paixão Cortes, Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra retiraram uma centelha dessa chama e acenderam o primeiro Candeeiro Crioulo, dando origem à Chama Crioula. Paixão Cortes, folclorista e fundador do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), subiu uma escada com um tocha improvisada feito de cabo de vassoura, estopa embebida em querosene e arames – e acendeu a chama que se tornaria um símbolo eterno da identidade gaúcha.
A Chama Crioula, acesa no Palácio Piratini, é distribuída anualmente às 30 Regiões Tradicionalistas do Rio Grande do Sul, incluindo a 14ª Região, à qual pertence Barros Cassal. Ela marca o início dos Festejos Farroupilha, que celebram o Dia do Gaúcho, em 20 de setembro, data que rememora o início da Revolução Farroupilha (1835-1845). A chama representa a força da cultura, a união dos gaúchos e a homenagem aos heróis que lutaram pela liberdade. A cada ano, um município é escolhido para acendê-la, espalhando o orgulho e o sentimento de pertencimento pelo estado.
O Legado em Barros Cassal - Durante as palestras da professora Ilse Faller nas escolas municipais, os alunos de Barros Cassal mergulharam na história dessas chamas, compreendendo como elas conectam passado e presente. A Tocha Olímpica inspira valores universais de paz e amizade; o Fogo Simbólico da Pátria reacende o patriotismo brasileiro; e a Chama Crioula ilumina a identidade gaúcha, reforçando o legado da Revolução Farroupilha e a riqueza cultural do Rio Grande do Sul. “Essas chamas nos ensinam sobre união, respeito e orgulho pelas nossas raízes. É um momento de refletir sobre quem somos e o que queremos construir juntos”, destacou a professora Ilse.
Em Barros Cassal, a Chama Crioula será parte central dos Festejos Farroupilha, com eventos que celebram a música, a dança e as tradições gaúchas, unindo a comunidade em torno de sua história.
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